Faltavam apenas 18 dias para que Michael Jackson voltasse aos palcos, em Londres, para dar início a uma série de 50 shows, anunciada quatro meses antes com bastante estardalhaço. No dia 25 de junho, o site de fofocas TMZ, até então tido apenas como mais uma mídia sensacionalista norte-americana, noticiava que o astro pop havia sofrido uma parada cardíaca em casa e teria sido levado para um hospital de Los Angeles.
Demoraram algumas horas até que jornais e cadeias de TV dos EUA confirmassem a informação: aos 50 anos, e prestes a retomar sua carreira, Michael Jackson estava morto.
Como tudo que envolve sua história musical e pessoal, a morte do chamado rei do pop se transformou, nos dias e meses que a seguiram, em um espetáculo próprio, envolvendo disputas judiciais, especulações sobre a verdadeira paternidade dos filhos do cantor, desavenças familiares e mistérios sobre o que realmente causou a morte.
No momento em que passou mal, Jackson estava acompanhado de seu médico pessoal, Conrad Murray, que se tornou o centro de uma investigação por homicídio. Um mês após a morte do cantor, a polícia revistou sua clínica, assim como outras propriedades de Murray em Las Vegas e Califórnia, embora as autoridades não tenham apresentado acusações contra ele.
O capítulo mais recente da investigação aponta que o médico comprou cinco garrafas do anestésico propofol um mês antes da morte de Michael, segundo documentação judicial. Às autoridades Murray afirmou que Michael era um usuário habitual de propofol para combater a insônia, e que tinha desenvolvido uma dependência do medicamento.
Espetáculo
A morte de Michael Jackson foi seguida por uma homenagem realizada no início de julho, em Los Angeles. Um funeral público, televisionado para o mundo inteiro, reuniu a família, amigos e personalidades da música ligadas ao cantor.
O discurso emocionado de Paris, filha do astro, foi o destaque da cerimônia. "Desde que eu nasci, você tem sido o melhor pai que se pode imaginar. Eu só queria dizer: te amo muito", disse a menina, chorando.
Dias se passaram após a cerimônia e permanecia o mistério em torno do enterro do cantor, que acabou sepultado 70 dias após a morte.
A cerimônia aconteceu ao ar livre em um anexo ao Terraço Sagrado do Grande Mausoléu do cemitério Forest Lawn, em Los Angeles, onde fica o túmulo do cantor. Entre os convidados estavam os astros de Hollywood Elizabeth Taylor e Macaulay Culkin, e o reverendo Jesse Jackson, além da família de Michael.
Filme e coletânea
Cerca de 80 horas de filmagem dos ensaios de Michael para a turnê "This Is It" se transformaram, em outubro, em um filme homônimo em homenagem ao cantor. Assim como os discos de Michael, que voltaram aos rankings de mais vendidos após sua morte, o longa também liderou as bilheterias norte-americanas em sua estreia.
O filme começa com cantores e dançarinos que Jackson selecionou para a turnê falando sobre como se sentiam trabalhando com ele e é permeado por sucessos de sua carreira, como"Beat It", "Black or White", "Man in the Mirror" e uma nova versão para "Thriller."
Também chamada de "This Is It", uma coletânea foi lançada na mesma época. A música título do álbum, anunciada como inédita, era na verdade uma composição de com Paul Anka. Depois de o compositor vir a público afirmar que era autor da canção, os administradores da herança do astro reconheceram a "parceria".
Seis meses após sua morte, Michael Jackson continua sendo tema de leilões e homenagens ao redor do mundo. Sua música e seu legado também lhe renderam prêmios póstumos, como três estatuetas no American Music Awards, premiação realizada em novembro em Los Angeles.
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Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u658340.shtml
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